segunda-feira, 5 de abril de 2010
Eu não nego no começo era certo o sofrimento, a dor, que quando você foi embora aqui no meu peito se alastrou. Amanheceu, como quase um milagre, o Sol nasceu, hoje nem quero pensar no dia em que fui seu e que longe de você meu coração quase faleceu. Eu vou ficar muito bem, você vai ver, eu vou ficar muito bem sem você..
Rever aquele olhar, sentir aquele perfume, ficar em silêncio mais uma vez, face a face, enquanto minha alma ía sendo consumida por você, acariciar seu cabelo enquanto você fingir pegar no sono. Qualquer esforço é em vão quando o assunto é te esquecer. Todos me dizem para seguir em frente, quando tudo que eu quero é voltar atrás.
Eu vivo me obrigando..
Me obrigo a dormir, me obrigo a acordar, me obrigo a esquecer o seu olhar. Me obrigo a não pensar, me obrigo a não lembrar, me obrigo a não dizer o que eu ainda sinto ao te ver. Me obrigo a não te procurar mesmo que queira te encontrar, me obrigo sem querer, me obrigo por mim e por você. Me obrigo por que se há uma forma de consertar é me obrigando a não te amar e aprendendo a me obrigar a viver sem você.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Adimito que me decepcionei. Não por que não achava que seria a melhor decisão a tomar, mas por que não esperava. É tão difícil acontecer algo que eu não espero, por que eu espero tudo de todos. Espero o bom, o ruim. E não esperei que você fosse embora. Mas você foi..
Adeus então, eu sei viver sem você.
Adeus então, eu sei viver sem você.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Fernando Pessoa
"O amor, quando se revela, não se sabe revelar. Sabe bem olhar pra ela, mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente não sabe o que há de dizer. Fala, parece que mente. Cala, parece esquecer.. ah, mas se ela adivinhasse, se pudesse ouvir o olhar e se um olhar lhe bastasse pra saber que a estão a amar, mas quem sente muito, cala. Quem quer dizer quanto sente fica sem alma, nem fala, fica só, inteiramente."
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Regador azul
Esse foi só mais um dia, em que não suportei permanecer no meu mundo, o qual eu já não reconhecia, e vaguei sem rumo, procurando uma saída. Foi quando avistei, logo à esquina, aquele caminho que todos me diriam para não seguir. Retornei, era mais seguro, ou deveria ser.
Enquanto caminhava, tentei não pensar, não entender, não sentir e então não sofrer.
A noite caiu e no meu mundo adormeci, mas o Sol não se demorou, eu acordei e comigo acordou a dor. Novamente fugi. Caminhei sem destino, só o que eu precisava era de um lugar desconhecido, onde nada me lembrasse aquele fim. Dessa vez me perdi em pensamentos, com a cabeça baixa, sem perceber que direção tomava, passava o meu olhar por todas as pedras que se seguiam na terra, as suas cores e formas, quando vi o fim do caminho, só tinha mais um destino a seguir, logo atrás do bosque se escondia tudo que eu talvez não devesse ver. Mas, já não me recordava do medo, mas sim, me atentava a curiosidade. Eu já estava ali, era só abrir os olhos e avistar.
E foi o que fiz. E era imenso. Tão grande e tão bonito, colorido, hipnotizante. Milhares de flores, e cores. Rosas e cravos. Após o espanto com tamanha beleza, imaginei quem haveria de ter tanto zelo para que tais flores viessem a crescer, em um jardim censurado, proibido de se ver. Foi quando percebi aquele ser abaixado com seu regador azul, aparentemente, vislumbrado com o perfume das rosas brancas. Me aproximei e ele me avistou.
- Senti-se e admire – abriu um sorriso enquanto dizia.
Então me aproximei e sentei ao seu lado, e ele prosseguiu:
- Aos que ousam atravessar as montanhas que os cegam, são recompensados com verdadeiros paraísos. – disse enquanto desviava seu olhar por todo o jardim.
Pensei naquilo e me entristeci.
- O acaso me trouxe, não fui sequer capaz de desejar ultrapassar as montanhas. – abaixei minha cabeça ao perceber isso.
E ele me disse ao segurar de leve as minhas mãos:
- O acaso não existe. – e sorriu.
O seu sorriso me trazia segurança, tal como a solidão que atravessei não me oferecia. Ficamos horas sentados, observando cada flor que se unia perfeitamente às outras e transformava o jardim em um mar de beleza e tranqüilidade.
Descobri que o lugar que eu procurava não se tratava de um jardim, mas sim dos abraços confortantes, das mãos delicadas que me tocou, do olhar apaixonante e das palavras doces daquele ser que me acolheu.
- Fique mais um pouco. É fascinante ver uma rosa desabrochar.
E todo o mistério era tão convidativo que resolvi ficar um pouco mais, e mais, e mais...
Nem sequer tinha para o que retornar. O desconhecido algumas vezes é mais seguro que o que se julga conhecer, ao menos, já é de se esperar que ele venha a te surpreender.
Enquanto caminhava, tentei não pensar, não entender, não sentir e então não sofrer.
A noite caiu e no meu mundo adormeci, mas o Sol não se demorou, eu acordei e comigo acordou a dor. Novamente fugi. Caminhei sem destino, só o que eu precisava era de um lugar desconhecido, onde nada me lembrasse aquele fim. Dessa vez me perdi em pensamentos, com a cabeça baixa, sem perceber que direção tomava, passava o meu olhar por todas as pedras que se seguiam na terra, as suas cores e formas, quando vi o fim do caminho, só tinha mais um destino a seguir, logo atrás do bosque se escondia tudo que eu talvez não devesse ver. Mas, já não me recordava do medo, mas sim, me atentava a curiosidade. Eu já estava ali, era só abrir os olhos e avistar.
E foi o que fiz. E era imenso. Tão grande e tão bonito, colorido, hipnotizante. Milhares de flores, e cores. Rosas e cravos. Após o espanto com tamanha beleza, imaginei quem haveria de ter tanto zelo para que tais flores viessem a crescer, em um jardim censurado, proibido de se ver. Foi quando percebi aquele ser abaixado com seu regador azul, aparentemente, vislumbrado com o perfume das rosas brancas. Me aproximei e ele me avistou.
- Senti-se e admire – abriu um sorriso enquanto dizia.
Então me aproximei e sentei ao seu lado, e ele prosseguiu:
- Aos que ousam atravessar as montanhas que os cegam, são recompensados com verdadeiros paraísos. – disse enquanto desviava seu olhar por todo o jardim.
Pensei naquilo e me entristeci.
- O acaso me trouxe, não fui sequer capaz de desejar ultrapassar as montanhas. – abaixei minha cabeça ao perceber isso.
E ele me disse ao segurar de leve as minhas mãos:
- O acaso não existe. – e sorriu.
O seu sorriso me trazia segurança, tal como a solidão que atravessei não me oferecia. Ficamos horas sentados, observando cada flor que se unia perfeitamente às outras e transformava o jardim em um mar de beleza e tranqüilidade.
Descobri que o lugar que eu procurava não se tratava de um jardim, mas sim dos abraços confortantes, das mãos delicadas que me tocou, do olhar apaixonante e das palavras doces daquele ser que me acolheu.
- Fique mais um pouco. É fascinante ver uma rosa desabrochar.
E todo o mistério era tão convidativo que resolvi ficar um pouco mais, e mais, e mais...
Nem sequer tinha para o que retornar. O desconhecido algumas vezes é mais seguro que o que se julga conhecer, ao menos, já é de se esperar que ele venha a te surpreender.
Com o passar dos dias nada se torna mais fácil, ainda lembro de cada arrepio do meu corpo com seu beijo, de cada dia de sol ao seu lado, ainda que o tempo fechasse.
E lembro também de como não pensava assim quando você ainda estava aqui, mas você foi embora, e a dor me acompanha a qualquer hora, por mais que eu quisesse ficar só agora.
Não há sonhos, não há mais promessas, não há razão para mais nada, e se eu conseguisse te esquecer, como iria ser? Mesmo sem te ter ainda existo por você.
Eu posso te ver em seu quarto lembrando dos nossos momentos, eu posso ouvir você me chamando, por maior que seja a sua resistência, eu posso sentir meus sentimentos pulsando em seu coração, eu sei como você se sente quando escuta minha voz, e sei como você quer parecer, como se já não pensasse em nós, eu sei como seu coração dispara quando a vida te faz me encontrar e sei como você quer parecer estar.
E por isso eu ainda existo, me alimento do seu disfarçado desprezo, e me recomponho depois de suas duras palavras com o amor que eu vejo, escondido, sufocado, morrendo em seu peito, me matando junto, eu vejo.
Houve dias em que eu tentei seguir em frente, mas não há como, se o meu coração só quer seguir você. Não rastejo mais, nem mesmo corro, traduza meu silêncio em choro,
Não posso pedir nem mesmo sua amizade, não mereço sua sinceridade, eu errei e percebi, e errei de novo tentando descobrir quanto de mim ainda existia em você.
E todos os dias serão assim, esperando um dia que não virá, mas a dor vai me acompanhar, mesmo que eu não saia do lugar.
E lembro também de como não pensava assim quando você ainda estava aqui, mas você foi embora, e a dor me acompanha a qualquer hora, por mais que eu quisesse ficar só agora.
Não há sonhos, não há mais promessas, não há razão para mais nada, e se eu conseguisse te esquecer, como iria ser? Mesmo sem te ter ainda existo por você.
Eu posso te ver em seu quarto lembrando dos nossos momentos, eu posso ouvir você me chamando, por maior que seja a sua resistência, eu posso sentir meus sentimentos pulsando em seu coração, eu sei como você se sente quando escuta minha voz, e sei como você quer parecer, como se já não pensasse em nós, eu sei como seu coração dispara quando a vida te faz me encontrar e sei como você quer parecer estar.
E por isso eu ainda existo, me alimento do seu disfarçado desprezo, e me recomponho depois de suas duras palavras com o amor que eu vejo, escondido, sufocado, morrendo em seu peito, me matando junto, eu vejo.
Houve dias em que eu tentei seguir em frente, mas não há como, se o meu coração só quer seguir você. Não rastejo mais, nem mesmo corro, traduza meu silêncio em choro,
Não posso pedir nem mesmo sua amizade, não mereço sua sinceridade, eu errei e percebi, e errei de novo tentando descobrir quanto de mim ainda existia em você.
E todos os dias serão assim, esperando um dia que não virá, mas a dor vai me acompanhar, mesmo que eu não saia do lugar.
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